Muita gente sonha com o empreendedorismo e a possibilidade de ser seu próprio chefe colocando suas ideias em prática sem ninguém para impedir. Eu não. Sou aquela pessoa que estava bem confortável na CLT e nem cogitava a possibilidade de sair desse universo que me dava a sensação de estabilidade, mas a vida é uma caixinha de surpresas não é mesmo?

A ideia de abrir um negócio surgiu em 2014, a partir da necessidade em atender as demandas da Evey e Alice, minhas filhas gêmeas. Evey, foi diagnosticada ainda na gestação com a Síndrome de Dandy Walker. As várias internações em curtos períodos, sempre com risco de vida, me fez concluir que não daria mais conta de uma vida CLT, então resolvi empreender, de bordados e chinelos personalizados, marcenaria mergulhei e roupas infantis estampadas, só que a grana ainda não era suficiente, mas os aprendizados dessas tentativas abriram espaço para que eu enxergasse uma nova oportunidade.

A sustentabilidade ainda não era um assunto que eu tinha muita familiaridade, mas já estava presente nos meus trabalhos, o cartão de visitas, por exemplo, foi substituído por uma ecobag, pois não queria entregar nada que fosse descartável e que também fosse útil para os clientes. Essa maneira de apresentar a marca me deu visibilidade entre as expositoras das feiras maternas que eu participava, e se o negócio das roupas infantis não estava gerando o retorno esperado, porque não vender as ecobags? Eu tinha uma prensa térmica e nenhum dinheiro no bolso, estava criando hora no meu dia para cuidar das gêmeas e pegar freelas, neste momento o acaso virou oportunidade e foi assim que em 2017 a Ideia Crua nasceu.