O bycatch é um termo inglês utilizado para se referir à captura acidental de espécies. E como acontece isso? Na pesca comercial, as redes e linhas costumam se estender por longos quilômetros e durante o percurso, acabam capturando junto tartarugas, invertebrados, aves marinhas e peixes. São espécies que não são o alvo da pescaria comercial, mas acabam sendo prejudicadas pela tal, porque chegam sem vida ao convés, ou seja, não retornam para a natureza. Até mesmo baleias e golfinhos podem ser capturados pelos apetrechos da pesca.

Essa captura representa a maior ameaça a espécies de mamíferos marinhos. Só no Paquistão, 1200 golfinhos morrem todos os anos nas operações malhadeira de atum.

Dados do Projeto Fish Forward, que tem o intuito de promover a gestão sustentável das pescaria, apontam que cerca de 40% do pescado mundial é capturado acidentalmente e é parcialmente atirado de volta às águas mortas, ou em situações deploráveis, que levam à falência. Isso representa mais de 38 milhões de toneladas de criaturas marinhas em bycatch.

Além da captura acidental, há outras problemáticas: a pesca fantasma.  Redes e objetos utilizados durante esse processo, são descartados (ou se perdem)  dos barcos e prejudicam as espécies que vivem no mar, rios ou lagos. Elas morrem por afogamentos, lacerações, infecções e inanição.

Mais de 800 milhões de pessoas dependem da pesca como principal fonte de renda e alimentação, mas com a evolução da tecnologia e dos meios de produção, hoje existem métodos de pesca muito mais inteligentes, que reduzem de maneira significativa o bycatch. Redes com abertura, ganchos especiais são alguns exemplos que evitam a captura de tartarugas. Aprimorando os métodos, fornecendo cuidado em cada detalhe do processo, é possível, sim, diminuir os impactos deixados no nosso ecossistema.